terça-feira, julho 25, 2006

Ipsis verbis




OK! Do you want something simple?
OK! Do you want something simple?
OK! Do you want something simple?
OK! Do you want something simple?

The news
Do you want something simple?
The look
Do you want something simple?
The letters
Do you want something simple?
The jokes
Do you want something simple?
The games
Do you want something simple?
The nights
Do you want something simple?
The boys
Do you want something simple?
The girls
Do you want something simple?
The words
Do you want something simple?
The friends
Do you want something simple?
The rest
Do you want something simple?
And sex
Do you want something simple?

Why can't you understand
How I'm feeling now
Why don't you feel me
Why can't you understand
Please open your hand
When you don't know how to do
You want my life
But you've just said no more
Everything is just my fault
The life well done
I can't understand you more, yeah
And I can't understand you more

OK! Do you want something simple?
OK! Do you want something simple?
OK! Do you want something simple?
OK! Do you want something simple?

The films
Do you want something simple?
The songs
Do you want something simple?
And love
Do you want something simple?
The drinks
Do you want something simple?
Art pop
Do you want something simple?
TV
Do you want something simple?
The silence


Why can't you decide
How I'm feeling now
Your heart is following mine
Behind this sacrifice
Can't you see the words
Can't you see the things
But I can go on
Why don't you find another
Why everything looks like a crash
When I used to fall
I can't understand you more
And I can't understand you more
And you cry
And your heart don't cry
And you're sitting
Why can't you feel can't you see
What is happening to me
All the thinking time
All the love you gave it to me
Gave it to me
I can't understand you
Why, why this happens
Why can't you see I'm selling lies
Sitting at a table why
Why you want my life
Why do you want me, yeah
And I can't understand you
I can't understand you
I can't
Why this happening to me
Why this happening
Can't you see now
Can't you see now
Can't you see
I can't understand you
Why
Why this happening to us

This song is too simple
This song is too simple
This song

The GIFT

quarta-feira, julho 19, 2006

No comboio (II)

- Biatiz, Biatiz, olha Biatiz! Eu vou com uma MENINA BONITA, eu vou com uma MENINA BONITA, eu vou com uma MENINA BONITA, eu vou com uma MENINA BONITA, eu vou com uma MENINA BONITA!!! Hi, hi, hi, hi, ehehehehehehh!
- ...
Era eu. A "MENINA BONITA" era mesmo eu... num sábado feio, de uma semana horrível de um mês ainda mais tenebroso.
Sábado fui a Braga. Claro que sabia que ao fim de semana os comboios escasseiam e demoram uma eternidade a chegar. Mas era urgente resgatar um cartão, absolutamente essencial para uma conferência, em que por acaso, posteriormente me foi literalmente negada a participação e frequentar um curso de verão que tchan, tchan, tchan, tchan... me impossibilitaram frequentar.
But first tinhgs first, na sexta-feira, véspera da minha viagem dormi pouquíssimo, o que por si só não é muito saudável. Mas se acrescentarmos a isto o facto de que a minha insónia advém sempre das palavras que ficam por dizer facilmente se percebe que o dia seguinte prometia. É claro que foi com os nervos à flor da pele que acordei, quatro horas depois de me ter ido deitar, a pedir aos céus e aos santos para vomitar ou me tirarem o estômago, que era prefeível não o ter a estar tão indisposta. Tomei banho em piloto automático e vesti-me com as primeiras três peças de roupa que tacteei no meio do breu do roupeiro que sei de cor. Tive sorte. A t-shirt e os jeans até combinavam. Depois, havaiana no pé e sempre a descer até São Bento. São sete horas da manhã e já está muito calor, talvez por isso as pessoas se arrastem pelas ruas, inexpressivas. Chego, sento-me no sítio do costume e tento preparar-me mentalmente para a odisseia de setenta e muitos minutos que tenho pela frente. Mas antes que pudesse pensar no que quer que fosse, de súbito, com o ímpeto dos conquistadores, ouço interiormente a voz da minha mãe que me atordoa, acompanha-me todo o percurso às marteladas, tantas e tão fortes que aniquilam por completo (pelo menos da minha consciência) o mal-estar do estômago: " Nessa figura? Para Braga, onde tanta gente te conhece?! Tu dantes não eras assim!Depois admiram-se por não coneguirem impor ordem na sala de aula? Então, se os próprios professores se vestem igual aos alunos? Tu que tens tantas (!) e tão boas roupas... bonitas Tu dantes não eras assim!"
Adiante, setenta e muitos minutos depois, amordacei a minha mãe e fiz o percurso que me parecia o mais curto, sob um sol verdadeiramente escaldante. Resgatado o cartão, depressa me dirigi à Faculdade picar o ponto (sim, ao sábado!), até porque tinha que fazer o download de umas boas dezenas de artigos, verificar o correio electrónico e procurar na estante do Orientador a gramática que ele aconselhara.
Aos primeiro seis artigos tudo corre na normalidade, mas o tsunami eviedente na caixa de entrada do correio, reflexo da estupidez do funcionalismo público e/ou do marasmo e atavismo do sistema era já um prenúncio do que aconteceria a seguir. Não é que o computador bloqueia, inutilizando - sabe-se lá como e porquê - a flash disk, e a gramática... procurei-a incansávelmente, vezes sem conta, na estante, em todas as estantes mas a dita ganhara asas e voara janela fora. Como me apetecia. Como qualquer pessoa normal na minha situação faria. Até porque a busca exautiva tinha feito a proeza de perder o único comboio rápido do dia.
Mas não. Sorrio e calmamente arrumo tudo. Ia dar uma volta pelo centro da cidade, ver pessoas e coisas bonitas. Tranco a porta e desço as escadas - como é triste e vazia a Faculdade ao fim de semana! "Vai tudo correr bem, até porque pior é um bocadinho impossível, não achas?" - repito o mais convincentemente que consigo para o meu ego. Esta era a Esperança primeira: auto-convencimento pela repetição. Nunca faz efeito, mas tento sempre. Já por isso é que lhe chamo "Esperança". A Esperança segunda é a de que inesperadamente encontre alguma assonância e ou aliteração e a partir daí arranjasse uma música que me entretivesse o espírito. A Esperança terceira (ou surrealismo puro) é a de que algo exterior e extrínseco me arrebate e arranque de súbito destas meditações ridículas. Saio porta fora" e em vez de ir "por aí pelos caminhos" dou de caras com a ex do ex, como sempre avant-garde e resplandescente que, a ver pelo olhar assassino que me lançou ainda se recorda da minha existência com o mesmo carinho com que há tempos imemoriais se auto-intitulou minha arqui-inimiga. Um dia destes tenho que lhe perguntar porquê. (Será que, quando a vítima não toma a devida atitude hostil, o prevaricador até disso a depaupera?) Preciso mesmo de saber. Mas, pior que isso foi encontrá-la mais duas ou três vezes, depois de ter acelerado e mudado o rumo.
Voei directamente para a estação. Era o melhor a fazer antes que algum raio ocular me dilacerasse por completo e postas, bifes, bifinhos e estilhaços fossem espalhados por toda a Bracara Augusta.
Outros setenta e muitos minutos de entretenimento puro, desta feita sem as maternais reprimendas, disputavam no meu íntimo a hegemonia com o cansaço que, lânguido, começava a tomar conta de tudo em mim. Sentei-me no lugar do costume. Estava vago. Além do que se sentou ao meu lado uma senhora não faladora. Ainda bem! Não é que não goste de falar. Gosto, aliás, mau hábito adquirido nos EUA: smalltalk. Mas neste sábado não estava com disposição para isso. E ou a senhora percebeu, ou não arranjou assunto (ou coragem) para me roubar à neura em que me encontrava.
Artigos... conferência... t-shirt... ex do ex... Curso de Verão.... jeans... ex... gramática... conferência... cartão... artigos... flash disk... t-shirt... ex do ex... computador... conferência... Efectivamente, a minha voz interior se havia libertado do jugo repressivo da minha mãe. O regresso da minha voz interior não me fora proveitoso. Preferia o discurso da minha mãe, além de me chamar à razão, era mais coerente!
Resultado: olhares perdidos janela fora, mundo fora, vida fora, por entre suspiros e sonecas.
Quarenta minutos depois do início da minha viagem senta-se bem à minha frente a Joaninha e respectivo Papá (trataram-se exactamente assim). A minha homónima tem quatro anos, sorriso fuschia e o encanto maroto e a irrequietude próprios da idade. É uma criança alegre, vivaça mas sobretudo muito feliz. Desafiadora, lança-me piscadelas, sorrisos marotos e olhares por entre as mãozitas que teimam em esconder-me o seu rosto traquinas. Não lhe resisto. Respondo-lhe em conformidade. Quase nem falamos, não é preciso. Quer sentar-se, quer estar de pé. Quer o colol do pai, quer sair. "É aqui Papá?" Quer sentar outra vez. Nova maratona de charme para comigo. De quando em vez, chama a irmã Biatiz e a Mamã para lhes acenar o bracito minúsculo e brindá-las com o sorriso mais singelo e mais bonito também. Quer o colo. Quer ir de pé. "É aqui, Papá?"
- Biatiz, Biatiz, olha Biatiz! Eu vou com uma MENINA BONITA, eu vou com uma MENINA BONITA, eu vou com uma MENINA BONITA, eu vou com uma MENINA BONITA, eu vou com uma MENINA BONITA! Hi, hi, hi, eheheheheheh!
Acho que a espontaneidade, a alegria, o próprio inesperado da situação (e o volume um pouco fora do normal) acordou todos os passageiros da área circundante - afinal a modorra era geral! - mas como Mamã que se preze quer sempre mais, há que perguntar quem é a "MENINA BONITA". E eu a rezar para ser a senhora que ia comigo... Mas não. O dedo indicador da Joaninha estava o mais possível na minha direcção para indisfarçável desconsolo da senhora que ia ao meu lado. E com um sorriso forçado, quase automaticamente me disse: "Aos setenta anos, já não se ouve disto!"
"Pois não...", pensei mas não disse. Estava a tentar fazer muitas coisas aos mesmo tempo: corando evitar corar, apagar a surpresa do rosto sorrindo, e sobretudo conter uma lágrima teimosa (e quase tão marota como a divertida Joaninha), disfarçando.
O comboio parou e por isso mandou a boa educação e a Mamã que a Joaninha dissesse adeus à "MENINA BONITA". Despedimo-nos. Até sempre!

sábado, julho 15, 2006

He andado muchos caminos

He andado muchos caminos,
he abierto muchas veredas;
he navegado en cien mares,
y atracado en cien riberas.

En todas partes he visto
caravanas de tristeza,
soberbios y melancólicos
borrachos de sangre negra,
y pendantones al paño
que miran, callan, y piensan
que saben, porque no beben
el vino de las tabernas.

Mala gente que camina
y va apestando la tierra...

Y en todas partes he visto gentes
que danzan o juegan,
cuando pueden, y laboran
sus cuatro palmos de tierra.

Nunca, si llegan a un sitio,
preguntan adónde llegan.
Cuando caminan,
cabalgan a lomos de mula vieja,

y no conocen la prisa
ni aún en los días de fiesta.
Donde hay vino, beben vino;
donde no hay vino, agua fresca.

Son buenas gentes que viven,
laboran, pasan y sueñan,
y en un día como tantos,
descansan bajo la tierra.


António Machado (1875 - 1939)
in "Soledades, galerías y otros poemas"

sexta-feira, julho 14, 2006

14 juillet 1789 - LA PRISE DE LA BASTILLE



Consta que no século XVIII não foi à cabeçada, já hoje em dia...

sábado, julho 08, 2006

"Ah, como o mundo é belo e como eu sou feliz!"

Amor total ou O realismo preciso do amor sobrenatural

O amor. O amor, pleno, no sentido total do Homem. O amor gerador do humano na sua dimensão total. O amor é gerador da história da pessoa (na medida em que é "geração de um povo"). O amor, pleno, no sentido total do Homem, não o amor sentimentalismo ou reactividade. Eis o tema da peça "Anunciação a Maria de Paul Claudel" em cena no Teatro Helena Sá e Costa.

O drama desenrola-se na Idade Média tomando a forma de um "mistério em quatro actos e um prólogo": A jovem Violaine, símbolo da plenitude, seu pai, Anne Vercors, e Pedro Craon, construtor de catedrais, compõem a figura central. Num plano mais secundário, estão a mãe, Isabel, a irmã, Mara, e Tiago Huri, um vizinho, por quem Mara está apaixonada, mas que foi prometido a Violaine. A rivalidade de Mara e a correspondência perfeita ao amor por parte de Violaine compõem a trama, a que acresce a importância da partida de Anne Vercors em peregrinação à Terra Santa para só voltar no final, oito anos depois.
Por amar, "Ah, como o mundo é belo e como eu sou feliz!", Violaine é tocada pela lepra de Pedro Craon e isso será o seu sacrifício. Não obstante, o ódio de Mara cresce e assim continua até ao fim. Mas, num final surpreendente, a raiz do amor vence a mesquinhez quotidiana.

Sophia de Mello Breyner dedicou-se intensamente à tradução da obra, considerando-a uma verdadeira "poética em teatro". Vira em Claudel um poeta ancorado num realismo preciso que, por isso mesmo, chega a compreender as alturas do sobrenatural. A marca da obra de Claudel é de facto, à luz do cristianismo católico que professou, a maravilhosa descoberta do "Amor sobrenatural" que envolve a história humana e a transcende.

terça-feira, julho 04, 2006

Em 1776 com vinho Madeira celebrado...


4th July - Independence Day
Os Estados Unidos da América são uma República Federal composta por 50 Estados e um Distrito Federal. A maior parte dos Estados Unidos localiza-se na região central da América do Norte, possuindo três fronteiras terrestres, duas com o Canadá e uma com o México, sendo que o restante do país faz fronteira com o Oceano Pacífico, o Mar de Bering, o Oceano Ártico, o Golfo do México e o Oceano Atlântico. Dos 50 Estados americanos, apenas o Alasca e o Havai não são contíguos nem com os outros 48 Estados, nem entre si. Os EUA também possuem diversos territórios, distritos e outras possessões à volta do mundo, principalmente nas Caraíbas e no Oceano Pacífico. Cada Estado possui um alto nível de autonomia local, de acordo com o sistema federal.
Os EUA celebram seu dia da independência em 4 de julho, porque neste dia em 1776, as Treze Colónias britânicas da América do Norte adoptaram a Declaração da Independência, rejeitando a autoridade britânica, em favor da auto-determinação. Esta independência foi oficialmente reconhecida pelo Reino Unido através do Tratado de Paris. Os EUA adoptaram sua actual Constituição em 1789, a qual estabeceu a estrutura básica do governo americano. Desde então, a nação gradualmente desenvolveu-se, tornando-se uma superpotência após o fim da Segunda Guerra Mundial e passando a exercer grande influência aos níveis económico, político, científico, tecnológico, militar e cultural no mundo.
Para o pior e para o melhor.

segunda-feira, julho 03, 2006

Evidências por vezes difíceis de aceitar



"O céu não deixa de ser azul porque as nuvens o encobrem ou porque os cegos não o vêem..."

Fases do ensino em Portugal

1ª fase (antes de 1974):
O aluno ao matricular-se ficava automaticamente chumbado. Teria de provar o contrário ao professor.
2ª fase (até 1992):
O aluno ao matricular-se arriscava-se a passar.
3ª fase (actual):
O aluno ao matricular-se já transitou automaticamente de ano, salvo casos muito excepcionais e devidamente documentados pelo professor, que terá de incluir no processo, obrigatoriamente um "curriculum vitae" extremamente detalhado do aluno e nalguns casos da própria família.
4ª fase ( em vigor a partir de 2007):
O professor está proibido de chumbar o aluno; nesta fase quem é avaliado é o próprio professor, pelo aluno e respectiva família, correndo o risco quase certo de chumbar...