Camões, Júlio Pomar
Estação de Metro do Alto dos Moinhos
De quantas graças tinha, a Natureza
Fez um belo e riquíssimo tesouro,
E com rubis e rosas, neve e ouro,
Formou sublime e angélica beleza.
Pôs na boca os rubis, e na pureza
Do belo rosto as rosas, por quem mouro;
No cabelo o valor do metal louro;
No peito a neve em que a alma tenho acesa.
Mas nos olhos mostrou quanto podia,
E fez deles um sol, onde se apura
A luz mais clara que a do claro dia.
Enfim, Senhora, em vossa compostura
Ela a apurar chegou quanto sabia
De ouro, rosas, rubis, neve e luz pura.
Luís De Camões
'Rimas'
Vítor Aguiar e Silva (ed.)
2 comentários:
Continua lindo este blogue. que bom poder voltar a lê-lo:)
Comboio,
Sempre bom ter-te por aqui, também. ;)
Jinhos.
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