sexta-feira, setembro 28, 2007

Schmoozed!

Fui schmoozada. Fui schmoozada pela Cientista. http://testaravida.com/
E apesar de não ser mau, isto de ser schmoozada, schmooze é das palavras mais horríveis que ouvi/li nos últimos tempos. Paradoxalmente é das melhores coisas que se pode dizer de um blogger. Pelo que, apesar de soar mal, vindo de quem veio SEI que vem com um selo de carinho.
As palavras, soando bem ou mal, não nos pertencem - aprendi há bem pouco. Nossos, apenas os sentimentos com que as pintamos. Dos dois lados do arco-íris.
Então, esta onda do schmooze, que é um verbo note-se, começou com o Mike http://thingsbymike.com/power-of-schmooze-award/, seu autor, e é uma espécie de reconhecimento, prémio se quiserem, que tem por objectivo "... reunir os blogs que são adeptos dos relacionamentos "inter-blogs" fazendo um esforço para ser parte de uma conversação e não de um monólogo."
(Acho que toda a blogosfera schmoozes, ou schmooza à portuguesa, porque não conheço blogger nenhum que não tenha os seus blogamigos, dia- ou mono- logando, desconfio até que muito boa gente vem para cá porque acha que conseguir amigos aqui é mais fácil, há portanto, quanto a mim, um schmoozer dentro de cada blogger, para o melhor e para o pior.)
De qualquer dos modos, como devo indicar cinco outros schmoozers, cá vai:
Done.

quinta-feira, setembro 27, 2007

O cheiro do doce

É Outono. Estou em casa. O meu pai fez esta manhã a vindima. Eu ajudei. Ajudo sempre. Se há coisa de que gosto realmente é podar as uvas, inspirar o doce cheiro que exalam. Por isso é que o sonho de uma vida, a minha, é acabar os meus dias numa quinta no Douro, com quinhentos netos debaixo do alpendre, com o rio por cor, a uva por sabor e o doce por cheiro.
Fez-se num instante, num sopro, enquanto esteve sol. Que agora o dia entristeceu e ameaça chover. Lembrei-me do meu avô, recordei vindimas passadas, quando um fim de semana inteirinho quase não chegava para tudo o que se tinha que fazer, quando eu era pequenina e olhava tanta gente, alegre: a minha mãe e a minha avó atarefadíssimas, os meus irmãos mais novos sujos de mosto da ponta dos cabelos aos pés, quando eu era pequenina e olhava.
Hoje não tive tempo para ser pequenina e olhei pouco, muito embora o cheiro doce fosse o mesmo de há anos atrás. O cheiro do doce da memória, o cheiro doce de calor e cor... das uvas.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Do Julgamento

"Não julgues. A vida é um mistério, cada um obedece a leis diferentes. Conheces porventura a força das coisas que os conduziram, os sofrimentos e os desejos que cavaram o seu caminho? Supreendestes porventura a voz da sua consciência a revelar-lhes em voz baixa o segredo do seu destino? Não julgues; olha o lago puro e a água tranquila onde vêm quebrar-se as mil vagas que varrem o universo... É preciso que aconteça tudo aquilo que vês. Todas as ondas do oceano são precisas para levar ao porto o navio da verdade. Acredita na eficácia da morte do que queres para participares do triunfo do que deve ser. "

Jeanne Vietinghoff (citado em "In Memoriam", por Marguerite Yourcenar)

terça-feira, setembro 25, 2007

sexta-feira, setembro 14, 2007

Chatites


Primeiro, primeiro foi o ter que vir a correr do Reino Unido para cá, porque a minha entidade patronal tirou da gaveta, bem do fundinho - tenho por certo, a papelada que lhe mandara desde Julho e achou de exigir, mal e intransigentemente, uma assinatura minha, o quanto antes - pois claro! E os meus cinco dias de férias, exaustivamente, esperançosamente, carinhosamente planeados, com visitinha a Buckingnham e London brigde, e Big Ben, e Convent Garden, e os museus e a National Gallery e a Madam Tussaud e a visita à amiga Keela em Bath com cafézinho "científico" pelo meio... e... e tudo o mais de que já não me lembro!? Tudo para trás das costas. Primeiro dia de férias, meaning: primeiro dia depois do fim da conferência teve a Jo que madrugar para o aeroporto para arranjar um regresso a Portugal o quanto antes. Primeiro dia de férias adiadas, primeiro dia de suplício. Não havia volta. Ou melhor, só havia meia volta: até Amsterdão, sem problemas, certainly Ms. J., daí para Lisboa é que não, not in a couple of days, well, three days to be exact. Três dias. T-r-ê-s dias. Lembrei-me do simpatiquíssimo senhor do táxi que me tinha levado para o centro quando cheguei: Então e se for para Faro? Cardiff-Faro?
Havia. Havia mesmo! E vim, nessa manhã de sexta e cheguei a Faro à hora de um almoço que não tive tempo de comprar e apanhei o expresso para Braga e lá assinei ao fim do dia o que tinha a assinar e quando por fim regressei a casa, estava cansada demais para fazer o que quer que fosse. Fui dormir.

E no dia seguinte tinha dores de garganta. Tenho sempre dores de garganta quando chego. Do Porto para o Funchal: dores de garganta. (De todas as vezes). De Cardiff para o Porto - agora - dores de garganta. Nada mais dentro da normalidade, dadas as circunstâncias. Pastilhas para a garganta, que isto de ser filha de enfermeiro e irmã de médica até tem vantagens, dor mais ou menos controlada, ler que é para isso que servem as férias. Adormecer ao ler é que já não seria assim tão normal, mas o cansaço das viagem explica e explica bem, já acordar com a maior dor de ouvidos da Humanidade não há cansaço, por muito eloquente que seja, que consiga explicar, se bem que o meu pai - e o meu amigo Alter - têm umas teorias bem interessantes sobre a frequência das viagens, o cansaço e a gripe... Bem, não houve maneira de controlar - nem me atrevo a dizer curar, notem! - a otite, ou melhor o vírus, porque nesse dia foi otite, no seguinte, faringite, dois dias depois laringite, e por fim, já se estava à espera, uma maleita qualquer que eu acho que foi a personificação da morte, vá uma gripe, mas que todos me dizem que foi constipação - como o "todos" é a soma de uma médica e um enfermeiro, acho que tenho que me resignar...

Existem outras teorias acerca do caso, algumas bem engraçadas.

A teoria da mãe: excesso de trabalho. Excesso de trabalho dá stress, o stress baixa as defesas do organismo... et voilá!

A teoria dos amigos: falta de tempo. Não tens tempo para o café, nem para os nossos almoços, não vens connosco à praia, não sais connosco, não nos vês, ficas triste, tristinha ficas sem defesas... et voilá!

A teoria dos irmãos mais novos: (é parecida à do pai, mas não tão generosa), andas sempre por fora, só viajas, que queres, nem tudo pode ser bom!

A teoria da irmã a seguir (é parecida à teoria da mãe, partilham o nome, partilharão ideias também...): Chegaste dos EUA em Janeiro, entretanto, Santiago, Bruxelas, Leuven, Cracóvia, Cardiff, três idas à Madeira pelo meio, a última das quais only God and you know, mais trabalho, mais stress, mais a tua vida pessoal, mais as vidas dos amigos, mais... Férias! Férias é o que tu precisas!

Férias, este ano já não há. Foram-se. Como os cinco dias a mais no UK, como o cafézinho "teste de vida", como a confraternização com os amigos e a visitinha à melhor amiga, como a actuação da minha irmã mais nova ontem na abertura do CCB, como tantas outras coisas que podiam ser, mas não serão jamais...

Este Verão foi para esquecer. Nunca mais chega o Outono!

segunda-feira, setembro 03, 2007

Só escrevo...

... quando conseguir voltar a engolir de novo.

Tenho dito.