sexta-feira, setembro 14, 2007

Chatites


Primeiro, primeiro foi o ter que vir a correr do Reino Unido para cá, porque a minha entidade patronal tirou da gaveta, bem do fundinho - tenho por certo, a papelada que lhe mandara desde Julho e achou de exigir, mal e intransigentemente, uma assinatura minha, o quanto antes - pois claro! E os meus cinco dias de férias, exaustivamente, esperançosamente, carinhosamente planeados, com visitinha a Buckingnham e London brigde, e Big Ben, e Convent Garden, e os museus e a National Gallery e a Madam Tussaud e a visita à amiga Keela em Bath com cafézinho "científico" pelo meio... e... e tudo o mais de que já não me lembro!? Tudo para trás das costas. Primeiro dia de férias, meaning: primeiro dia depois do fim da conferência teve a Jo que madrugar para o aeroporto para arranjar um regresso a Portugal o quanto antes. Primeiro dia de férias adiadas, primeiro dia de suplício. Não havia volta. Ou melhor, só havia meia volta: até Amsterdão, sem problemas, certainly Ms. J., daí para Lisboa é que não, not in a couple of days, well, three days to be exact. Três dias. T-r-ê-s dias. Lembrei-me do simpatiquíssimo senhor do táxi que me tinha levado para o centro quando cheguei: Então e se for para Faro? Cardiff-Faro?
Havia. Havia mesmo! E vim, nessa manhã de sexta e cheguei a Faro à hora de um almoço que não tive tempo de comprar e apanhei o expresso para Braga e lá assinei ao fim do dia o que tinha a assinar e quando por fim regressei a casa, estava cansada demais para fazer o que quer que fosse. Fui dormir.

E no dia seguinte tinha dores de garganta. Tenho sempre dores de garganta quando chego. Do Porto para o Funchal: dores de garganta. (De todas as vezes). De Cardiff para o Porto - agora - dores de garganta. Nada mais dentro da normalidade, dadas as circunstâncias. Pastilhas para a garganta, que isto de ser filha de enfermeiro e irmã de médica até tem vantagens, dor mais ou menos controlada, ler que é para isso que servem as férias. Adormecer ao ler é que já não seria assim tão normal, mas o cansaço das viagem explica e explica bem, já acordar com a maior dor de ouvidos da Humanidade não há cansaço, por muito eloquente que seja, que consiga explicar, se bem que o meu pai - e o meu amigo Alter - têm umas teorias bem interessantes sobre a frequência das viagens, o cansaço e a gripe... Bem, não houve maneira de controlar - nem me atrevo a dizer curar, notem! - a otite, ou melhor o vírus, porque nesse dia foi otite, no seguinte, faringite, dois dias depois laringite, e por fim, já se estava à espera, uma maleita qualquer que eu acho que foi a personificação da morte, vá uma gripe, mas que todos me dizem que foi constipação - como o "todos" é a soma de uma médica e um enfermeiro, acho que tenho que me resignar...

Existem outras teorias acerca do caso, algumas bem engraçadas.

A teoria da mãe: excesso de trabalho. Excesso de trabalho dá stress, o stress baixa as defesas do organismo... et voilá!

A teoria dos amigos: falta de tempo. Não tens tempo para o café, nem para os nossos almoços, não vens connosco à praia, não sais connosco, não nos vês, ficas triste, tristinha ficas sem defesas... et voilá!

A teoria dos irmãos mais novos: (é parecida à do pai, mas não tão generosa), andas sempre por fora, só viajas, que queres, nem tudo pode ser bom!

A teoria da irmã a seguir (é parecida à teoria da mãe, partilham o nome, partilharão ideias também...): Chegaste dos EUA em Janeiro, entretanto, Santiago, Bruxelas, Leuven, Cracóvia, Cardiff, três idas à Madeira pelo meio, a última das quais only God and you know, mais trabalho, mais stress, mais a tua vida pessoal, mais as vidas dos amigos, mais... Férias! Férias é o que tu precisas!

Férias, este ano já não há. Foram-se. Como os cinco dias a mais no UK, como o cafézinho "teste de vida", como a confraternização com os amigos e a visitinha à melhor amiga, como a actuação da minha irmã mais nova ontem na abertura do CCB, como tantas outras coisas que podiam ser, mas não serão jamais...

Este Verão foi para esquecer. Nunca mais chega o Outono!

7 comentários:

Rosario Andrade disse...

Oh, minha santinha, a quem é que tu perguntaste de viagens? Voos para Portugal há as carradas... ainda agora experimentei por curiosidade: sao 10.30 da noite, se quiser voar amanha de manha há voos directissimos tanto para Lisboa como para o Porto! CARRADAS!
Carai! prá proxima dá uma apitadela!...

bjicos

rui disse...

Olá Joaninha

Viva! Enfim!
Já estás novamente entre nós!
Podemos estar muito bem num momento, mas de repente, pode acontece qualquer coisa que nos põe na cama por uns dias.
Somos seres tão frágeis!

Bom fim-de-semana
Beijinho

Maria de Lourdes Beja disse...

Quanto sofrimento! Joaninha,certamente já se deu conta de que tenho procurado brincar um pouco com tudo o que lhe tem acontecido,para tentar que, ao menos levado por mim,surja um sorriso no meio disso tudo.É um facto que a ausência das suas narrativas se torna preocupante,a partir de certa altura,e eu agora já não sabia que explicação encontrar para a persistente única presença do homenzinho verde.Nunca me passou pela cabeça que podia estar doente.Espero que agora,se se der a si mesma algum descanso,recupere tudo...E que projectos para este novo ano lectivo ? Niguém é de ferro,sabia? Beijinhos !

Oásis disse...

Tenho a certeza que o Verão não foi para esquecer (a mala de viagem é que talvez precise de reforma :P). Quanto ao Outono, também anseio por ele...
Já estás bem, fico contente por ti. :-)

Jinhos

Anónimo disse...

Teremos tempo para outros cafés :)

Beijo!!

100 remos disse...

Muitos beijinhos! Saudades...

Paulo disse...

Outono e dores de garganta....longe de ser um paradoxo!
Paulo