trago dentro de mim um mar imenso
feito de vagas tristes
e sonhos vagos
o horizonte é uma manhã
que eu quis minha para ser eu
e para porto de abrigo escolhi uma tarde
que soubesse chorar a morte do sol
arranca-me do teu corpo
que eu não suporto a dor de ser em ti
há dias em que acordamos e percebemos tudo
o recorte das cidades no horizonte
a distância que há nos caminhos que rasgam os corações
como se fossem searas de trigo
o nome de certas coisas que só sentimos num abraço
depois percorremos a mão pelo granito
como se fossemos o tempo
e como se a vida não fosse mais do que uma claridade
que invade pela frincha da porta o quarto escuro
é então que descobrimos
num desses rostos com que cruzamos o olhar
que a vida podia ser outra
e que seríamos felizes num outro sorriso
se lhe entregássemos inteiros os nossos lábios
há dias assim
em que acordamos e percebemos tudo
como se tudo nos estivesse imensamente próximo
como se cada dia nascesse e morresse num abraço
como se a vida coubesse num poema
José Rui Teixeira, Quando o Verão acabar
10 comentários:
muito bonito..
tnh q decobrir a poesia..
Bjnh..
há dias assim,pois há. Tempos de os descobrir. Cada vez mais.
Palavras leva-as o vento... :)
Olá Joaninha
Lindo poema!
Trazemos dentro de nós tantas coisas e, algumas só nós é que as conhecemos.
São aqueles dias em que sentimos e vivemos as coisas de maneira diferente..., pois há...há dias assim!
Fica bem
Beijinhos
PS. Adorei a nova foto de perfil!
Está o máximo!
há dias e poetas assim
(o mistério e a revelação podem não passar de um mesmo instante, num dia qualquer em que caiba um poema)
bjs
A vida não cabe num poema mas este, descreve-a muito bem...
Que bonito!
Lindo, amiga! Podias ser todas estas palavras. Bj
Olá Joaninha
As férias da Páscoa já começaram por aqui, e aí..., ainda não!
Está tudo bem?
Beijinhos
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