um sedimento, uma impressão
distanciava-se, cambaleante e aflito
inseparável de alguma coisa que não se via
mas talvez exista
nos desertos que se prolongam
nos nomes que nos pertencem demasiado e esquecemos
em certas deflagrações
que por muitos dias
nos afugentam de casa, do trabalho ou do sono
Quando depois voltava
prendia o barco no pequeno ancoradouro
ainda despenhado das varas de um relâmpago
quase sem palavras
apenas um ser vivo sobre a terra
José Tolentino de Mendonça
A Assírio e Alvim faz hoje 39 anos e, com ela,
nomes que nos pertencem demasiado.
nomes que nos pertencem demasiado.
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