segunda-feira, março 02, 2009

Uma versão mais minha


E então ela disse, para mim, para que eu ouvisse com a cabeça, para que eu o precisasse futuro, necessário, urgente, próximo, para que eu o fizesse por meio de palavras, mas de palavras vivas, ditas, ela disse, se eu soubesse imitar a tua voz..., ela disse, para mim, muito para mim, depois de uma semana inteira das nossas conversas, da minha amargura, ela disse para que eu pontuasse enfim, ela: “Ouve, eu chamei-o de pulha – disse-lhe que ele era um pulha.”

Com razão, com justiça. Declarativa, final. ‘Pulha.’

Um dia gostava de conseguir chamar ‘pulha’ a um alguém. Mesmo que ‘pulha’ me saísse da boca ‘meu querido amor impossível’. Uma versão mais minha.

Gostava muito, um dia, traçava uma linha, estás aqui, dentro no dentro mais dentro para sempre, aqui dentro só, não fora, não em todo o lado, não mais em lado nenhum, nunca, nunca mais. Aqui só.

Ela disse ‘pulha’ e os olhos reluziram-lhe em sal, disseram com ela: ‘pulha’. E eu presa, naqueles olhos, naquele brilho de lágrima contida, naquela força tão grande e tão doce, eu a querer ser assim, eu a pensar, ela, esta menina, tão, tão doce, ‘pulha’!

Ela pensa o mesmo. Eu sei.

Ela disse.

Ela disse. Que eu sou tudo e tudo, amigas!, e possivelmente a única pessoa que, Joana tens que acabar com isso, por favor!, por ti!, que se não se ilumina é porque, ‘pulha’. É pulha quem um dia nos deita nos olhos, em pingos certos, a conta-gotas, o sal dos dias.

E eu . um dia.

Um dia gostava de conseguir chamar ‘pulha’ a um alguém. Mesmo que ‘pulha’ me saísse da boca ‘meu querido amor impossível’. Uma versão mais minha.

7 comentários:

V. disse...

acho que ela também disse pulha como que a dizer baixinho meu querido amor impossível. que a voz lhe custou a sair. mas não podia mais dizer-lhe amor como quem diz segredo. e depois, no sal dos olhos, ficou-lhe(s) uma certeza qualquer: eram braços que precisavam procurar lugar noutros espaços.

(...)

mas, essa linha, continua lá. lá dentro só. acho que para sempre.

(digo eu. que não sei nada. e só passei por aqui de lágrima contida.)

:)

beijinho*

Joana disse...

Vanessa,

Pois é, acho o mesmo que tu.

Por cá de 'lágrima contida'?! :P, muito como eu esta manhã quando esbarrei nas suas cidades, linda menina... :D



Jinhos.

Joana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ana salomé disse...

querida menina jo,
querida menina vanessa,



...




(...*...)

100 remos disse...

Jamais será um "pulha" ... talvez um "amor malandro" ;)

Joana disse...

Querida Menina Ana,

Acho que ambas - oh para mim a falar pela Vanessa também :P - não dissemos, mas queríamos, que isto de se ter a cabeça bem assente entre os ombros, de tu teres, (de homem, não é?), de se ser sempre inteiro, de tu seres, e de se conquistar a felicidade que é nossa se a quisermos ver/encontrar, de tu conquistares :))), esses istos todos são aquela estrelinha que gostamos tanto em ti :P (e não é apenas porque brilha de ti para nós.)

E pronto

...

também.

:*******************

Cemremos,

Ora se a menina não dissesse algo do género... :P

Jinhos a ambas.

K. disse...

Pulha é um bocado forte, sem o motivo adequado. :)