sexta-feira, janeiro 07, 2011

O Tempo da História

Hoje estive a pensar sobre o tempo. O tempo que nos dão para fazer um trabalho, o tempo que algumas pessoas dão a outras pessoas, o tempo que nos tiram certas coisas, o tempo que eu levo a fazer qualquer coisa, o tempo que se tem para se fazer o que se gosta, o tempo de um beijo ou de um abraço, o tempo que se passa sem ver os amigos, o tempo que passa por nós e vai ficando no reflexo do espelho.

O tempo mingua como uma lua velha à medida que nos tornamos velhos também. As férias de Verão deixam de ser as férias grandes, as vinte e quatro horas do dia passam mais rápido, as semanas, os meses, os anos desfilam num sopro. O tempo mingua. Começam a aparecer as pendências e com elas as imposições - a agenda, o relógio, os post-its, os lembretes, os avisos, a gestão do tempo. Há dias, ao rever um dos meus filmes predilectos, a protagonista falava da ingenuidade que fora pensar que determinado episódio seria o começo da sua felicidade - na realidade, era a sua felicidade.

O tempo cresce quando somos felizes. Um momento pontual que seja de perfeita sintonia acorda o corpo para o mundo, grinaldas de fogo dentro, muito dentro, vida. Dez segundos de beijo podem determinar o rumo uma vida. Uma vida que seja um Verão de quando somos pequenos. O tempo também cresce quando se é ou se está só, desconfio que se torne até uma espécie de hera opressiva e violenta.

Saber sentir. Saber sentir. Saber sentir.

Nunca se tem tempo. O tempo tem-nos.

4 comentários:

Vanessa disse...

as horas.

grande filme.

Joana disse...

Vanessa,


Exaaaaaaaaactly! :)))))))))))))




Jinhos.

Maria Rita disse...

Pois. Eu (na juventude dos meus vinte anos) comecei a ver o tempo a correr à minha frente de uma forma assustadora. Mas (na mesma juventude dos mesmos vinte anos)tenho encontrado formas de contornar isso. :)

[já tinha saudades desta tua sapiência! ;)))]

Beijinhos*

Joana disse...

Frida,

Eheheheh, obrigada, Ritinha.

Tens razão, um dia acordamos e já nos foge o tempo. :)))))


Jinhos.