Hoje estive a pensar sobre o tempo. O tempo que nos dão para fazer um trabalho, o tempo que algumas pessoas dão a outras pessoas, o tempo que nos tiram certas coisas, o tempo que eu levo a fazer qualquer coisa, o tempo que se tem para se fazer o que se gosta, o tempo de um beijo ou de um abraço, o tempo que se passa sem ver os amigos, o tempo que passa por nós e vai ficando no reflexo do espelho.
O tempo mingua como uma lua velha à medida que nos tornamos velhos também. As férias de Verão deixam de ser as férias grandes, as vinte e quatro horas do dia passam mais rápido, as semanas, os meses, os anos desfilam num sopro. O tempo mingua. Começam a aparecer as pendências e com elas as imposições - a agenda, o relógio, os post-its, os lembretes, os avisos, a gestão do tempo. Há dias, ao rever um dos meus filmes predilectos, a protagonista falava da ingenuidade que fora pensar que determinado episódio seria o começo da sua felicidade - na realidade, era a sua felicidade.
O tempo cresce quando somos felizes. Um momento pontual que seja de perfeita sintonia acorda o corpo para o mundo, grinaldas de fogo dentro, muito dentro, vida. Dez segundos de beijo podem determinar o rumo uma vida. Uma vida que seja um Verão de quando somos pequenos. O tempo também cresce quando se é ou se está só, desconfio que se torne até uma espécie de hera opressiva e violenta.
Saber sentir. Saber sentir. Saber sentir.
Nunca se tem tempo. O tempo tem-nos.
4 comentários:
as horas.
grande filme.
Vanessa,
Exaaaaaaaaactly! :)))))))))))))
Jinhos.
Pois. Eu (na juventude dos meus vinte anos) comecei a ver o tempo a correr à minha frente de uma forma assustadora. Mas (na mesma juventude dos mesmos vinte anos)tenho encontrado formas de contornar isso. :)
[já tinha saudades desta tua sapiência! ;)))]
Beijinhos*
Frida,
Eheheheh, obrigada, Ritinha.
Tens razão, um dia acordamos e já nos foge o tempo. :)))))
Jinhos.
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