Em todos os jardins hei-de florir,
Em todos beberei a lua cheia,
Quando enfim no meu fim eu possuir
Todas as praias onde o mar ondeia.
Um dia serei eu o mar e a areia,
A tudo quanto existe me hei-de unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia
Esse abraço que um dia se há-de abrir.
Então receberei no meu desejo
Todo o fogo que habita na floresta
Conhecido por mim como um beijo.
Então serei o ritmo das paisagens,
A secreta abundância dessa festa
Que eu via prometida nas imagens.
Sophia de Mello Breyner Andresen,
(1919 - 2004)
"Poesia I", 1944
4 comentários:
Bela escolha, a Sophie é fantástica...e o que seria da vida sem flores...
...e sem orquídeas então... ;) Jinhos.
lolol..ela agora deve tar em td..morreu ne?loolol..JOKING!MA ONDA!lol..sempre gostei dela serio, era os unikos k livros k lia com interexe no secundario :) bjinhs Nininha
Tenho saudades da Sophia ...
de saber que ela podia escrever ... a qualquer hora o dia ... eu podia estar na fila da A2 ... e ela poderia estar a escrever ... eu poderia estar a trabalhar e ela, poderia estar a imaginar novas palavras ...
tenho saudades de Sophia ...
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