segunda-feira, maio 15, 2006



Onde quer que o arado o seu traço consiga
E onde a fonte, correndo, com a sua água siga
O caminho que, justo, as calhas lhe darão,
Aí, porque há a paz, está meu coração.
Bem sei que o som do mar vem de além dos outeiros
E que do seu bom som os ímpetos primeiros
Turvam de ser diverso o natural da hora,
Quando o campo a não ouve e a solidão a ignora.
Mas qualquer cousa falsa desce e se insinua
Nos anos que são vestígios sob a Lua.

Fernando Pessoa

3 comentários:

Thiago disse...

Não conhecia este poema de Pessoa. Obrigado pela partilha! :-)

Joana disse...

T,

Estamos sempre a aprender. :) Obrigada pela visita. Volta sempre!
;)

K. disse...

Também não conhecia e fiquei escandalizado por isso, pensei que já tinha lido tudo, mas não recordava este. Thanks!