Ela entra muito alta, porventura altiva, e no entanto... é mais alta que me parece assim que entra na sala. Alta. Altiva seria se só levantasse o nariz, como eu, muitas vezes, quase sempre. Ela não, ela, toda alta, levanta tudo. Chega, alta, levantada do chão, chega assim, alta, de tão direita, da direiteza de fuso com que entra na sala, toda vértebra, toda osso, toda pau de vassoura. Alta.
Ela entra com a cara inclinada, a cabeça toda, numa latitude-longitude que não consigo reproduzir sem me doer a nuca, pesar-me o occipital, as costas, enfim, ela entra, alta, vai entrando toc, toc, toc apressado de sapatinho castanho de tacão, alta, cara sempre no mesmo meridiano, alta, olhar em frente, alta, escolhe, alta, senta-se, alta, liga o computador, alta, lê, alta, a cara, a cabeça toda, o olhar, a vida e o mundo, sempre ali, sempre assim. Alta.
2 comentários:
Gostava de ter a tua fluência a escrever, e ainda mais gostava de ter a tua vontade toda a escrver. Escreves sempre muito bem*
Es uma pessoa bonita.
beijinho*
Pedro,
E tu és um amigo ainda mais bonito. De uma *ternura* do teu tamanho. :)))
Jinhos.
(E obrigada:)
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