quarta-feira, janeiro 24, 2007

Casas?

Casas.
Os ingleses dizem que casa é onde está o coração - é suposto o coração estar num sítio apenas, suponho, e se calhar até está, mas... - tenho duas casas.
Uma, a primeira no pensamento e na fala. É a do Porto. Minha, minha, minha. De sempre (mesmo quando ainda vivia na Madeira). Para sempre (sei...). É a que organizo, arrumo, limpo, decoro, estimo, tenho como minha, minha, minha. Sempre. Aquela a que cheguei do outro lado do mundo, aquele que passei estes dois dias (quase) inteirinhos a limpar e arrumar - três manos universitários não terão tempo para essas minudências, pois claro! - aquela que tem o melhor sofá do mundo, os melhores dvds, os quartos mais quentinhos, a minha cama, grande, grande, grande, a (minha) almofada, perfumada, fofa, dura... melhor do mundo. A minha casa no Porto. A nossa casa, dos manos, dos quatro.
A outra é a dos pais. Reitero: não é minha, é a dos pais. Mas o coração está lá, não da mesma forma irracional e apaixonada da primeira, mas está... doce, terna, serenamente lá. Aqui. Na Madeira.
Acabo de deixar a minha mãe numa Acção de Formação, que está a ter lugar, curiosamente, na minha Escola Secundária. Nunca mais lá tinha ido, desde o final do décimo segundo ano, há oito anos atrás. Está igual. Tudo. Eu é que mudei, e tanto!...
Mudamos sempre, todos os dias, mas mais quando vamos para fora. Tenho isso como muito certo. Sinto-o em mim. Não se muda necessariamente para pior. O medo de toda a gente é que se mude para pior, eu acho que se muda sempre para melhor, nas circuntâncias que enunciei, claro. Outras paragens abrem-nos sempre os horizontes, a mentalidade e o coração. Por isso é que viajar é tão bom, aconselhável a miúdos e graúdos, em lazer ou em convalescença. A isto acresce o privilégio que constitui sempre qualquer oportunidade de viver noutro país e contactar com outras culturas.
E se no durante varias vezes nos socorremos da âncora que nos lembra do que é realmente importante, nada melhor do que no depois regressar a casa e sentir a âncora no peso, no valor e na importância que ela tem ou que lhes damos ou ambos.
Depois de cometer a proeza de deixar as chaves dentro de casa, bem ao lado da bagagem a vinte minutos de partir para o aereoporto em Houston, depois de me aperceber à saída do avião em Paris de que dispunha de vinte minutos apenas para chegar ao terminal mais longínquo do aereoporto, passar pela segurança e embarcar para o Porto, ofegante e suada (adivinho que vermelha, também yuck!!!), depois de chegar ao dito de carro (privilégios) e duvidar da mesma rapidez e agilidade por parte dos senhores que fazem a tranferência das bagagens, mas me ser assegurado o oposto, depois de chegar ao meu Porto sem malas (naturalmente!), depois de uma temporada nos Perdidos e Achados... nada melhor do que passar dois dias (quase) inteirinhos, a quatro, em casa: a arrumar e a limpar, a cozinhar, a ver dvds, a rir, a discutir, a receber as malas, a abrir as prendas, a fazer figuras tristes, a fazer figuras alegres, a não fazer nada... Ah, também fui às compras e ainda jantei com alguns amigos... ai, a felicidade é uma coisa tão simples!
Bem, ontem cheguei à Madeira, com quase uma hora de atraso, pus-me na conversa com a minha mãe até às três da manhã, acordei hoje ao meio-dia, esqueci-me de lhe fazer o almoço, esse meu atraso quase comprometia a chegada a horas à Acção de Formação, mas não...(não existem grandes distâncias na Madeira!) e sabem que mais... precisava mesmo disto!
Ter uma casa é a melhor coisa do mundo (Porto! Porto! Porto!), mas ser parte de uma (Madeira!), como eu agora, é do melhor - só mimo!...

7 comentários:

rui disse...

Olá Joaninha

Bem vinda a casa!
Depois de uma viagem bem atribulada, que venha o descanso da guerreira.

Agora é tempo de matar saudades junto à família.

Beijinhos

Erecteu disse...

É bom saber-te feliz e em casa.
Aproveita bem porque o que há de bom na viagem é o chegar ao destino.
Beijinhos

Oásis disse...

Nem de propósito, dei por mim hoje a pensar em ti e como seria a readaptação, o regresso. Ainda bem que está tudo a correr pelo melhor.
Bjinhos

Joana disse...

Obrigada a todos. (Gosto mesmo de vocês, já vos apresentei aos meus e tudo...).

Jinhos.

P.S. Orquídea,
Readaptação? Que é isso?
Erecteu,
O melhor, melhor, melhor mesmo é... nem sei bem o quê, o destino? Talvez... nem sei...

Joana disse...

Rui,

Um comment à parte para lhe dar um beijinho à parte, especial, só para si.

:*

rui disse...

Olá joaninha

Muito obrigado pelo carinho.

Beijinho

Joana disse...

Rui,

Não foi nada "obrigado" ;), foi bem espontâneo. O Rui merece.

Jinhos.