segunda-feira, janeiro 29, 2007

É a mais nova, não é?

Sempre tive (e tenho) como óbvio que a idade é um fenómeno psicológico. E isso sempre foi suficiente para explicar por que razão certas pessoas, de idade que podemos até considerar avançada, que conheço, sempre me pareceram joviais (por vezes mais até do que eu própria). A minha mãe, por exemplo, é assim.
A idade é então um número apenas, o somatório de uma vida de experiências e vivências mais ou menos positivas, mas sempre marcantes.
Esta minha teoria menospreza a quantificação objectiva, a matemática do tempo, porque pura e simplesmente se centra no carácter, na força, na alegria que dimana de cada indivíduo.
Estou cá há menos de uma semana e já não posso com as confusões das amigas, das antigas alunas, das conhecidas e das desconhecidas da minha mãe.
"É a mais nova, não é?"
Não, não sou a mais nova, sou por acaso a mais velha. (!)
Verdade que há quase um ano que não vinha à Madeira, verdade que desde há oito anos sempre que cá venho é de fugida, duas semanas no máximo, verdade é que até somos parecidas - eu e a mais nova - mas ainda assim é muita gente a dizer o mesmo. Não gosto.
Reacção primeira, informar a família, vulgo os pais, da necessidade de mudar o guarda-roupa. "Vou deixar de sair de jeans e camisolas de lã. Tenho que vestir à senhora, como vou às conferências, ou como vestia quando dava aulas na Faculdade, a ver se me respeitam." A minha mãe ri-se. Diz que vou parecer ridícula. Diz que o que acontece, só acontece porque os meus vinte e cinco anos não são aparentes: "São vinte e cinco disfarçados... olha, disfarçados de dezanove ou vinte!"
Dezanove ou vinte? Dezanove ou vinte é PRECISAMENTE a idade da mais nova! Mau, mau, querem ver que as amigas da minha mãe têm mesmo razão.
Bem, andei cá a pensar, porventura demasiado para assunto tão superficial e desinteressante (pois... não tenho trabalhado quase nada...), e acho que só pareço o que pareço - adolescente, adolescente, adolescente - porque penso exactamente assim - adolescente, adolescente, adolescente.
A Maria de Lourdes é que tem razão. Pouco mundo (pouquíssimo), muito entusiasmo, demasiado ardor... tudo isso e muito mais. (E assim continua a ter a validade de sempre, a minha teoria).
O pior..., o pior é que acho que não cresço tão cedo.

8 comentários:

Anónimo disse...

Crescer pra quê?
;)

rui disse...

Olá Joaninha,

Há pessoas que serão eternamente jovens, mesmo que se vistam de uma forma mais assenhorada.
Penso que este seja o teu caso forever young :)))

Beijinhos

ps. meu filho tem 27

Anónimo disse...

Xiu. Calou. Nem penses em "crescer", se isso implica conformares.te a um modelo com o qual a tua pele não se sente confortável.

É engraçado quando lemos alguém longe dizer coisas com as quais às vezes temos uma empatia imensa. Ainda há dias levei um conjunto de saia/casaco e bota alta para a Universidade e a meio do dia só me apetecia calçar umas sapatilhas! Nem sempre é assim... é conforme o humor do dia. Mas sempre disse: que ninguém espere de mim o que não quero ser.

Joana disse...

Cientista,

Realmente...

Rui,

Exactamente - forever young!!! O seu filho padece do mesmo? (Forever youg too?)

Pecola,

Calei. :P (Mas não resisto: A empatia é mútua - às vezes, também, com pec-posts.)

Jinhos.

Anabela disse...

A mim, também ninguém me dá a idade real... que bom! (afinal, a Clinique faz milagres!)

Mas nem sempre foi assim, bom. Quando tinha para aí uns 20, 21, 22, 23, davam-me sempre 15, 16, 17, 18...

Também tive essa dificuldade de transição de imagem, que é suposta acompanhar a idade adulta, de acordo com o que se faz.

Convenções...

Mas depressa aprendi que do alto de um bom salto de sapato, consegue-se muita credibilidade e respeitinho (e confesso que alguma altivez)... muito embora continue a ouvir em balbúcios "olha-me esta pita...!", o que é claro e óbvio que ignoro... lol

Rosario Andrade disse...

Bom dia JJ,
...eu ainda nao consigo ver o mundo de uma forma adulta. oh, well... deve ser por isso também que ninguém me dá a minha idade real...
Bjicos

Joana disse...

Anabela e Rosário,

Que peso me tiraram de cima! :)Ainda bem que não sou a única...

Jinhos.

Mónica disse...

pelos vistos não!

profissionalmente é pessimo mas pessoalmente compensa, mas a longo prazo....ainda bem!!! aproveita e não disfarces!