quinta-feira, abril 13, 2006

PARABÉNS, PIQUININHA!!!


Hoje a “piquininha” faz anos. Dezanove.
A “piquininha” tem vários epítetos que, com o passar do tempo ascenderam à categoria de nomes (alternativos). Porque nós assim a chamamos, também e muitas vezes, chama-se “piquininha”, “Cockie”, “Tootsie” “Toot”, “fofix”, etc.
A “piquininha” também tem um petit nom, de uso restrito, exclusivamente familiar: lá em casa é a Nininha. E a explicação é simples (senão óbvia!); precisamente por ser a mais nova dos quatro é a “(pequi)nininha” de toda a gente. Dos pais, das manas e do mano, bem entendido.
A “piquininha” tem finalmente um nome, como temos todos. Mas o dela é especial: Agostinha. Ora nem mais, um diminutivo, cheio de carinho, amor e ternura até às bordas, mas um diminutivo. Porque ela é a nossa mais nova, benjamim, caçula/caçulinha, é a nossa “piquininha”. Vai ser sempre! Digo-lho constantemente. E até mesmo quando tiver noventa e muitos anos, andar de bengala e lhe rarearem os dentes, eu continuarei a dizê-lo, do alto dos meus cento e muitos, da mesma forma sentida.
Ser o mais velho é difícil. Não obstante, tenho muitas vezes a sensação de que, a existir realmente um, o estatuto do primogénito é constantemente alvo de desejo potencial, inveja ou cobiça, especialmente da parte dos irmãos mais novos. Aparentemente, ser-se o irmão mais velho só traz vantagens. São as roupas e os livros que são novos, são os professores que fixam o nosso nome com interesse, é a autoridade e porventura o monopólio em algumas situações domésticas… Eu não concordo. Na verdade, sou a mais velha, mas vantagens creio que têm os mais novos e em dobro, no mínimo. Aliás, quanto mais novo, maiores e mais numerosas vantagens. Na mentalidade dos pais; na estabilidade profissional e financeira entretanto adquirida; na maior proximidade que esse desafogo trouxe; no apoio, acompanhamento e partilha de experiências com os pais e mesmo inter-irmãos… Em tantas coisas! Não concordo, mas entendo. Roupas usadas, livros escritos, falta de identidade própria – “a irmã ou o irmão de…” –, eu entendo, opções constantemente pesadas, comparações…, eu entendo.
E se entendo foi pela revolta da “piquininha”. É que ela tem um feitiozinho! (novamente o diminutivo…) Digamos que é um furacão com vocação para sindicalista. Porém, a maior parte das vezes tem razão. E isso, apesar de não me agradar no momento – no calor das nossas discussões –, agrada-me profundamente depois, quando racionalizo. A capacidade crítica é uma grande virtude e deve ser cultivada por todos os homens. E ela é exímia nisso. Na crítica fundamentada – tornada fundamental (!), na captação imediata, quase instantânea (e invariavelmente correcta) de personalidades e na (invejável para mim) arte de mandar “indirectas”. Nunca na minha vida conheci ninguém cuja agilidade de raciocínio e prontidão de resposta fosse tão extraordinária. E sempre adequada. Por entre um sorriso ou de semblante fechado, conforme o receptor. Adoro! Invejo! Considero sinónimo de inteligência, garra, segurança, perspicácia e sobretudo maturidade.
A rapariga é, além disso, um poço de mimo. E a culpa é unicamente minha. Admito. Mas não lhe resisto. Desde tempos imemoriais foi assim. Em miúda andava sempre com ela ao colo. E alinhava nas suas aventuras malucas. Tal como daquela vez em que se atirou da escada para o meu colo. Fenomenal! Escusado será dizer que ela já não era assim tão pequena e o impacto fez-nos cair às duas. Felizmente, eu amparei-lhe a queda. Não aconteceu nada de grave. E ainda hoje nos rimos quando recordamos esse episódio. Ri-se mais ela (da minha triste figura!) do que eu, mas enfim… É verdade que às vezes dá-lhe uma preguiça, mas é tão fofinha!... Por isso não entendo quando me dizem que lhe dou mimo a mais: se tenho tempo livre e até me apetece espairecer, porque não a hei-de levar às aulas?
Tudo nela é Arte. Ela é Arte. E penso muitas vezes que a Arte é ela. Que ela e a Arte são um só. E que só a Arte pode explicar tudo o que ela é.
Um dia será com certeza uma grande Violinista. Sei. Sabemos todos. Saberá ela? Nasceu para isso. E essa evidência é tão óbvia e natural que, quando toca, – dizem os colegas – toca como um anjo. Quanto a mim, que nunca vi anjos, mas que já a vi tocar e conheço desde sempre o bom coração (por vezes demasiado bom!), o apego à amizade (nem sempre vantajoso), a defesa da união familiar e do valor individual, a ausência de preconceitos, a honra e a fidelidade à palavra dada, considero que está de parabéns o Mundo por haver um ser humano assim, está de parabéns a Música por ter uma executante tão dotada, estou eu e estamos Nós, família, de parabéns por ela fazer e ser parte da nossa vida. O nosso “anjinho”.

Parabéns, “piquininha”!

3 comentários:

K. disse...

Parabéns!

As irmãs são todas assim bonitas? :)

Joana disse...

K.,

You definitely have a way with words.

Noutros contextos dir-te-ia logo, automaticamente:

"Não te estiques!" ;)

Mas como tudo dizes/escreves com jeitinho aqui vai:

Sem falsas modéstias: depois do rascunho (moi) a
coisa foi toda muito bem-feitinha...
Digamos que quando a Beleza foi instituída elas (e
ele)não estavam escondidas atrás da porta! :)

Anónimo disse...

DEI!!!MTMTMTTMTMTMTMTMTMTMTMTMTTMTMTMTMTMTMTMTMTMTMTTMTMTMTMTMTMTMTMTMTMTMTMTMTMTMTMTMTMT BIGADA!ta tao lindo...sim...este foi um mimo dos maiores..inda nem sei o k escrever pa agradecer....simplesmente genial...d partir a rir...d saltar pa ti da escada....d fikar com o coraçao aos pulos d tanto elogio..sim sou a mais nova...mas n sei s mereço tais elogios...sou como sou..tba devido as minhas origens..familia e educaçao...e vcs estao tds incluidos nixo..incluindo a mana mais velha...POR IXO MT BIGADA!!e agora axo k vou ler outravez pa comentar...pq akilo tem d fikar d cor..pq é tao lindo!lololol!

BJAO COM MTS SAUDADX!!!
Nininha