sábado, junho 09, 2007

Antes de me ir embora

Porque eu não mereço. Tanto, tanto, tanto.

"...O amor é o sangue do sol dentro do sol. A inocência repetida mil vezes na vontade sincera de desejar que o céu compreenda. Levantam-se tempestades frágeis e delicadas na respiração vegetal do amor. Como uma planta a crescer da terra. O amor é a luz do sol a beber a voz doce dessa planta. Algo dentro de qualquer coisa profunda. O amor é o sentido de todas as palavras impossiveis. Atravessar o interior de uma montanha. Correr pelas horas originais do mundo. O amor é a paz fresca da combustão de um incêndio dentro, dentro, dentro, dentro, dentro dos dias. Em cada instante de manhã, o céu a deslizar como um rio. À tarde, o sol como uma certeza. O amor é feito de claridade e da seiva das rochas. O amor é feito de mar, de ondas na distância do oceano e da areia eterna. O amor é feito de tantas coisas opostas e verdadeiras. Nascem lugares para o amor e, nesses jardins etéreos, a salvação é uma brisa que cai sobre o rosto suavemente."

José Luis Peixoto, Uma Casa na Escuridão


Agora vou. Tenho um itinerário triplo para acabar, um bilhete de comboio para comprar, duas malas para fazer, um avião para apanhar, um hotel , um autocarro e um centro de congressos para descobrir até amanhã... Depois, depois vão ser duas duras semanas e estou com medo, como sempre. Tentarei postar. Fui.

1 comentário:

Anónimo disse...

Boa sorte!!

Um beijo grande