terça-feira, junho 05, 2007

O espaço pessoal

Nem 8, nem 80!

Aqui na net existem muitos. Mas o espaço pessoal a que me refiro é aquele, de natureza mais ou menos psicológica, muito em voga no inconsciente colectivo norte-americano, e o qual devo ter assimilado de modo mais ou menos (in)consciente quando estive lá ou então sempre esteve cá mas latente.
Na realidade, não suporto o Sr.-A-menina-tirou-Direito-na-UM, desde a primeira vez por, para me arrotar aquele discurso todo, sair do seu lugarzinho e vir colocar-se bem à minha frente. (Sem um Desculpe, posso?, sem um Com licença!, sem nada!)
Invasão despudoradamente intrometida do espaço pessoal - diriam os americanos.
Invasão despudoradamente intrometida do meu espaço pessoal - sinto eu.
O espaço pessoal têm uma área definida, pelo psicólogo autor do conceito, em metros quadrados que não me recordo qual é, mas que sinto. Porque para sentir não é necessária a matemática.
Ainda há pouco, voltei a senti-lo e por estes lados, cibernéticos, onde se sente francamente pouco, se matematiza ainda menos, mas se calcula infinitamente, se magica desalmadamente, se rompem barreiras, fronteiras, espaços pessoais. Recebo pela enésima vez um convite de Messenger de uma pessoa que não conheço, ou não me recordo de conhecer, mas que teima em se auto-convidar, em se me impor, sem se revelar. (Sim, porque eu já tentei que se revelasse. Até por uma questão de consciência, que isto de mandar pessoas para o lixo é processo delicado.) No entanto, Messenger por hora espurgado, permanece apertada e amarga a sensação de se chegar a casa e se dar conta de uma tentativa de arrombo da porta. Apetece mudar de casa ou até mesmo de local de residência e não voltar mais, desaparecer do mapa: não mandar mais mails a ninguém, evitando só assim que alguém que eu não conheço tenha acesso ao meu mail.
Se calhar exagero, sou complicada; mas caiu-me mal. (E sim, também sou tímida, mas não é por isso.)

Há uma quase absoluta segurança na imagem. Na imagem viva. E nem precisa ser uma imagem fotográfica, física, real. Pode ser a imagem que compomos, interiormente, de uma pessoa, por aquilo que já lhe ouvimos, pelo que sabemos, lemos, falamos, ouvimos, dela; por aquilo que já fez.

Tenho amigos no Messenger: amigos, colegas e conhecidos. Também recebo convites de muitas pessoas com as quais não me relaciono, mas sei quem são; algumas nunca vi sequer, mas conheço razoavelmente; agora surgir alguém do nada, e insistente, é demasiado, inconcebível, não-assimilável pelos meus quadros cognitivo-conceptuais.


Se o "senhor penetra" me conhecesse minimamente, por certo já saberia das contingências do meu espaço pessoal.

13 comentários:

Anónimo disse...

Primeiro, muito obrigado pelas tuas palavras sobre a minha (nossa) sala. Realmente o mundo virtual tem estes perigos é só estarmos atentos, mas a nossa vida do dia a dia também o é assim. É uma questão de escolhas de caminhos. Um abraço.

Joana disse...

Trivi.,

De nada. ;)
Exactamente como na vida. Nem mais.

Jinhos para ti, vocês... tu sabes!

Anónimo disse...

Percebo perfeitamente. Esta coisa do espaço pessoal sempre me fascinou e deliciei-me quando li sobre o facto, confirmar que há zonas de conforto em nosso redor, com distâncias diferentes, consoante as pessoas. Irrita-me gente inculta ou pouco perspicaz sobre o espaço alheio.

Joana disse...

Cientista,

Sim, sabes sempre o que quero dizer. Por isso é que nos entendemos assim tão bem. (Deve ser do nome, estamos no mesmo cumprimento de onda. Eheheeheh!)

Jinhos.

Erecteu disse...

Como te entendo!
Relativamente à questão trata-se de pura sensibilidade que se tem ou não. Não me parece ser necessária muita perspicácia para aferir a disponibilidade de quem nos rodeia.

Permite-me trazer ao caso a inversa: o excesso de cautelas que impede por vezes o estabelecimento de contactos, falando na primeira pessoa do singular.

Joana disse...

E.,

Sensibilidade do que depreendo do seu primeiro parágrafo; bom senso do que depreendo do segundo (tal como fiz questão de frisar também na legenda da imagem ;).

Haja portanto "sensibilidade e bom-senso"! :P

Jinhos.

Anónimo disse...

Diz-lhe para vir ter comigo, que lhe dou uma coça blogosférica. :P

Doppelganger. disse...

fazees bem em prezar o pouco espaço privado de que possuimos nestas alturas ciberneticas... todos os espaços são minimos, o problema dos msn e que sao facilmente identificaveis (para hackers) o nossos email-s e maneiras de rebentaerem com a vida de alguem...

bjnhs

(dsclp andar a aparecer pouco)

Anónimo disse...

Pois entendemos :) se é do nome não sei, mas não importa a causa, importa a afinidade :D

beijo

100 remos disse...

Eu já vivo no espaço, por isso...lol
Estou a brincar. Realmente, POR FAVOR! E mais não digo! A invasora, cemremos.

Anabela disse...

Se quiseres empresto o sapatinho para uma pisadela no chato!

Lololol
(se eu me desse ao trabalho de abrir todos os mails que recebo...ui!)

Rosario Andrade disse...

Bom dia!
Realmente... tentativas de contactos de pseudo-fantasmas. Nao ha paciencia!

Bjicos

Joana disse...

Pec.,

No need, no need. Mas obrigada. ;)

Guevara,

É aquela época do ano... exames! Ainda não me deste o teu..., sim que eu a ti conheço-te (vou conhecendo), apesar de nunca te ter visto. ;)

Anabela,

Ui, ficava marcado! Vou seguir o teu exemplo...

Rosário,

Ora nem mais.

Jinhos a todos.