Eu gosto do B. Já devem todos ter percebido. Aí. Cá, as pessoas têm como certo que nos conhecemos há muito tempo, que somos uma espécie de amigos de longa data. Por acaso não somos, mas também explicar-lhes isso parece-nos ridículo e portanto as coisas são como são e nada mais.
Ontem finalmente fui conhecer a cidade. Tive tempo. Também tive sono. Por isso reparti o dia entre uma e outra actividade. Acordei mais tarde e dediquei a manhã, bem o dia, até as quatro da tarde, a explorar esta cidade, pequenina, mas muito bonita, com cheiro a orvalho, flores e frutos e crianças pequenas e alegres. Às quatro estava exausta, possivelmente porque o périplo pelos mercados e pelos monumentos tinha deixado um escasso par de horas, mais do que isso se calhar, para ver lojas e procurar prendas.
Ontem finalmente fui conhecer a cidade. Tive tempo. Também tive sono. Por isso reparti o dia entre uma e outra actividade. Acordei mais tarde e dediquei a manhã, bem o dia, até as quatro da tarde, a explorar esta cidade, pequenina, mas muito bonita, com cheiro a orvalho, flores e frutos e crianças pequenas e alegres. Às quatro estava exausta, possivelmente porque o périplo pelos mercados e pelos monumentos tinha deixado um escasso par de horas, mais do que isso se calhar, para ver lojas e procurar prendas.
À hora do lanche, quando já tinha tudo visto e comprado, lembrei-me do almoço que me tinha passado ao lado. E então fui comer, porventura demasiado - porque fiquei cheia de sono. Fui dormir, claro! A chuva lá fora também não era especialmente convidativa...
Acordei às sete – bem à hora do meu passeio vespertino diário, a pé – com alguém que tinha pejo em abrir à força uma porta vizinha, resultado: batia à porta com a força que toda a intenção de arrombamento tem. Despertei. Sobressaltada. Olhei as horas, levantei-me, fui arranjar-me para o dito passeio. Entretanto, entra alguém no quarto, uma nova colega, com quem falei ainda um pouco; muito genuína, muito simpática, e a quem deixei pouco depois. Porque estava na hora do meu passeio. Porque queria que ela se instalasse à vontade. Ela insistia que não era necessário. Mas é. Eu teria gostado que me fizessem o mesmo.
Vou. Já não chove, mas está fresco, demasiado fresco para o casaquinho de manga curta que tenho sobre o top. Enfim..., pensando já onde é que havia de ir – agora já conheço tudo! –, pensamento nas nuvens, cabeça no ar e sorriso (típico destas alturas de intrsopecção) naturalmente apalermado, quase embato de frente num sorriso conhecido: era o B.
Vou. Já não chove, mas está fresco, demasiado fresco para o casaquinho de manga curta que tenho sobre o top. Enfim..., pensando já onde é que havia de ir – agora já conheço tudo! –, pensamento nas nuvens, cabeça no ar e sorriso (típico destas alturas de intrsopecção) naturalmente apalermado, quase embato de frente num sorriso conhecido: era o B.
O B. e o respectivo clã. E a irmã. Apresentações da praxe, a mulher do B. é adorável, a irmã também muito simpática, “Vem comer connosco!” “Não.” “Porquê?” “Porque não quero incomodar, é um jantar de família, é melhor não.” “Vem. Nem a S., nem a minha irmã falam Português, mas tu falas inglês, anda.” Fui. Para surpresa dos filhos do B., que são como eu com a idade deles, muito envergonhados. (Ainda assim, acho que era mais…) Os miúdos vêem, se calhar pela primeira vez na vida, alguém que não conhecem, sem cabelos loiros e a falar outra língua e ... desconfiam, naturalmente.
O B. vive num duplex, a menos de cinco minutos de mim – descobri ontem, tem um quintal na parte de trás onde há um escorrega e baloiços para os miúdos e onde têm uma mini-horta – de onde a S. foi buscar menta para fazer o chá mais delicioso que bebi nos últimos tempos! Tal como eu, a S. e o B. são vegetarianos, por isso, felizmente, a comida não foi um problema. A irmã do B. não é, mas os dotes culinários da S. conquistam qualquer um. A lasagna estava divinal!
Eles têm uma rotina engraçada com os bebés. Os bebés são o M. e a R. O M. tem cerca de três anos, a R. um e meio. Primeiro comem os bebés. A R., cookie monster, segundo um B. babadissimo, está a deixar as bolachas, senão daqui a nada não consigo pegá-la ao colo. Risos. Não consegui evitar. O M. está bem, mas também acho que tem muito apetite, não pode comer tudo o que quer. Quando a R. acaba o leitinho, o B. vai dar-lhe banho e pô-la a dormir. Quando finalmente conseguimos esconder as batatas fritas do M., a S. vai dar-lhe banho e pô-lo a dormir. Antes disso, beijinho a toda a gente. ... Exactamente como nós, quando éramos miúdos...
Bebés a dormir, adultos na conversa. Descobri que a S. dá aulas numa escola a sessenta quilómetros daqui, o que o B. considera de demasiado longe de casa. Descobri que o namorado da irmã do B. é angolano, planeiam ir a Lisboa um destes verões, planeiam mesmo ir viver para Angola porque ele quer regressar. Descobri que a irmã do B. trabalha numa ONG e vai para a África do Sul no Outono, e no entanto, quando chegar a altura de ir viver para Angola, estará disposta a trabalhar no que quer que seja. Antes de partir para a África do Sul vai haver uma festa de despedida, com todos os amigos e familiares próximos. But the thing is, I know B. and he’s the kind of person that never forgets a story and goes to the person with whom that happened and says: So you are the one that… My sister told me… And guess what, it’s deliberate, just for a laugh, just to make me feel uncomfortable! Percebi, mas achei graça. B. is like that, actually that’s B.’s only problem. – acabou por concluir a S. Assenti. Sorri. Mas não disse nada. O único problema do B. Fiquei a pensar. O único problema do B. O senão – afinal é mesmo só um! – do belo do B.
Há uma menina no Oriente que é considerada uma divindade na sua terra-natal e foi recebida nos EUA como se do Dalai-Lama se tratasse porque tem, aparentemente, “trinta e duas perfeições”. O B., e isso vejo, sinto e vivo todos os dias, têm n-1 perfeições. E quando esteve nos EUA passou pela alfândega como toda a gente, viveu com a família num condomínio de estudantes como toda a gente, aqui anda de bicicleta como toda a gente, fala e ri com toda a gente, almoça com toda a gente, fica até mais tarde se for preciso, por toda a gente. E tem que dormir como toda a gente, trabalhar como toda a gente, viver como toda a gente.
O que acontece é que o B. quando fala sorri, quando trabalha esclarece, quando ensina orienta, quando apresenta sorri, esclarece e orienta, quando anda com os filhos às cavalitas ou aos beijos transcende-se, quando está com a mulher fica pequenino e isso… tão completamente, bem, como poucas pessoas que conheço.
Soube-me muito bem o jantar. Soube-me. Pela vida.
O B. vive num duplex, a menos de cinco minutos de mim – descobri ontem, tem um quintal na parte de trás onde há um escorrega e baloiços para os miúdos e onde têm uma mini-horta – de onde a S. foi buscar menta para fazer o chá mais delicioso que bebi nos últimos tempos! Tal como eu, a S. e o B. são vegetarianos, por isso, felizmente, a comida não foi um problema. A irmã do B. não é, mas os dotes culinários da S. conquistam qualquer um. A lasagna estava divinal!
Eles têm uma rotina engraçada com os bebés. Os bebés são o M. e a R. O M. tem cerca de três anos, a R. um e meio. Primeiro comem os bebés. A R., cookie monster, segundo um B. babadissimo, está a deixar as bolachas, senão daqui a nada não consigo pegá-la ao colo. Risos. Não consegui evitar. O M. está bem, mas também acho que tem muito apetite, não pode comer tudo o que quer. Quando a R. acaba o leitinho, o B. vai dar-lhe banho e pô-la a dormir. Quando finalmente conseguimos esconder as batatas fritas do M., a S. vai dar-lhe banho e pô-lo a dormir. Antes disso, beijinho a toda a gente. ... Exactamente como nós, quando éramos miúdos...
Bebés a dormir, adultos na conversa. Descobri que a S. dá aulas numa escola a sessenta quilómetros daqui, o que o B. considera de demasiado longe de casa. Descobri que o namorado da irmã do B. é angolano, planeiam ir a Lisboa um destes verões, planeiam mesmo ir viver para Angola porque ele quer regressar. Descobri que a irmã do B. trabalha numa ONG e vai para a África do Sul no Outono, e no entanto, quando chegar a altura de ir viver para Angola, estará disposta a trabalhar no que quer que seja. Antes de partir para a África do Sul vai haver uma festa de despedida, com todos os amigos e familiares próximos. But the thing is, I know B. and he’s the kind of person that never forgets a story and goes to the person with whom that happened and says: So you are the one that… My sister told me… And guess what, it’s deliberate, just for a laugh, just to make me feel uncomfortable! Percebi, mas achei graça. B. is like that, actually that’s B.’s only problem. – acabou por concluir a S. Assenti. Sorri. Mas não disse nada. O único problema do B. Fiquei a pensar. O único problema do B. O senão – afinal é mesmo só um! – do belo do B.
Há uma menina no Oriente que é considerada uma divindade na sua terra-natal e foi recebida nos EUA como se do Dalai-Lama se tratasse porque tem, aparentemente, “trinta e duas perfeições”. O B., e isso vejo, sinto e vivo todos os dias, têm n-1 perfeições. E quando esteve nos EUA passou pela alfândega como toda a gente, viveu com a família num condomínio de estudantes como toda a gente, aqui anda de bicicleta como toda a gente, fala e ri com toda a gente, almoça com toda a gente, fica até mais tarde se for preciso, por toda a gente. E tem que dormir como toda a gente, trabalhar como toda a gente, viver como toda a gente.
O que acontece é que o B. quando fala sorri, quando trabalha esclarece, quando ensina orienta, quando apresenta sorri, esclarece e orienta, quando anda com os filhos às cavalitas ou aos beijos transcende-se, quando está com a mulher fica pequenino e isso… tão completamente, bem, como poucas pessoas que conheço.
Soube-me muito bem o jantar. Soube-me. Pela vida.
7 comentários:
Ora que gaita. Depois de ler o teu texto há alguém que não tenha vontade de conhecer o B.? ;o)
tnh d ler melhor os textos anteriores para perceber os textos...mas parece, sei lá....Complicado?
Pec,
De facto... Nao tinha pensado nisto assim... Se a S., mulher do B., desconfia que lhe ando a publicitar o marido, da proxima vez que for la jantar envenena-me a lasagna! ;)(Naaa, e uma querida!)
Guevara,
Nao precisas de ler os textos. Sao muuuuuuiiiiito longos. E nao esta nada complicado. In fact, never better!
Jinhos a ambos.
Também gosto do B. E da família perfeita do B.
Pronto, fiquei um bocadinho triste por causa da família perfeita... Dá lá um abraço para eu ficar melhor... Bom, pelo menos há famílias perfeitas :)
Estou a exagerar na minha tristeza... ter uma família também já é muito bom...
Beijos
Orquidea,
A "familia perfeita" nao e expressao minha, e da Cientista. Por acaso subscrevo. Mas, deixa que te diga que acho que tambem tens a familia perfeita! (E que a perfeicao da familia mede.se pela indole das pessoas que a compoem, nao pelo numero de pessoas, boa?)
Jinhos.
Boaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
:)
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