segunda-feira, março 27, 2006

27 de Março - Dia Mundial do Teatro

Ir aos Pirinéus tem sempre muitas vantagens. Cinquenta minutos depois...Voltei. E trouxe comigo o enleio, o enlevo, o encanto, a magia... que é e tem o TEATRO.


"O ator é o instrumento e o criador ao mesmo tempo. Você não se vê em terceira dimensão. Um pintor sabe quando uma pincelada deve ser apagada, refeita; o músico ouve o que faz. Mas o ator vai em si mesmo armando uma escultura, por dentro, com as condições humanas. Eu digo que a profissão do ator é a da constante humilhação e da constante exaltação. Isso não é fácil. Ziembinski já dizia que o inimigo do bom é o ótimo. Fazer diariamente cansa mas também você se vicia com sua adrenalina. Se você não tem isso, não está no perigo do abismo, não está vivendo. Então é muito confusa a cabeça de um ator. "

Fernanda Montenegro


Monólogo Feminino de “A Gaivota” de Anton Tchekhov

Nina:
Tu me disseste que beijarias o chão em que eu piso, quando deverias é me matar.(olha para o chão) Eu estou tão cansada!.... Como seria bom descansar...Sim, descansar ! (erguendo os olhos) Sou uma gaivota...Não! Não, eu sou uma atriz .Sim. (ouve risos de Arkádina e Trigorin na sala ao lado) Trigorin também está aqui... (volta-se para Trepliov) Pois é...Ele não acreditava no teatro, divertia-se com os meus sonhos e isso foi, gradativamente, tirando a minha crença e a minha coragem...Depois, vieram as angústias do amor, o ciúmes, as aflições pelo bebê...Com o tempo, tornei-me pouco generosa, fraca e representava sem convicção. Não sabia o que fazer em cena com as mãos, nem conseguia dominar a minha voz. Tu não vais entender o que é isso, mas é horrível ter-se a consciência de que se está atuando muito mal...Eu sou uma gaivota! Não...não! Sei que ainda lembras o dia em que mataste aquela gaivota. É ... isso pode ser tema para um pequeno conto...Mas não era disso que eu...(passa a mão pelo rosto) De que eu estava falando? Ah, sim! Falava do teatro. Acredita, Trepliov, agora sou uma outra pessoa. Sou uma atriz de verdade agora e trabalho com gosto e paixão. No palco, uma doce energia se apodera de mim e faz eu me sentir bela. (sorri) Desde que cheguei aqui, passo o tempo caminhando, pensando , pensando muito, e sinto dia a dia um ânimo crescente que me domina ...Cada vez mais eu compreendo que, em nosso trabalho, seja atuando no palco ou escrevendo uma peça, a glória ou a realização dos sonhos não mais importam. O importante é, sim, saber sofrer, carregando uma cruz e ainda assim ter-se fé. Confio nisso, Trepliov, e já não sinto mais tanta dor. Meditando sobre a minha profissão, aprendi a não temer a vida.

4 comentários:

Anónimo disse...

aaaááááááá......aaaaaaááááááa´!!!!(tentativa...d fazer a gaivota)....tal como na peça de teatro, aquele serao ineskecivel...onde um olhar fugaz entre uma prof.e um medico..hhhuummm....nem digo mais nada...ate eu fikei apaixonada...lololoool!PELA GAIVOTA claro..lolol!:P obra genial..:D Bjinhos, Nininha

Joana disse...

:)

Joana disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

lolool...gostei dexe smile..nada mais tens a dizer..n e?lolol...so n sei k comment teras apagado..hhhuummmm..lool!See ya..Bjinhos,Nininha