domingo, março 05, 2006

Fotografias...

Gosto de fotografias.

Gosto muito, muito, muito.

Não pelo deambular pela memória que se impõe ante a recordação dos momentos, felizes ou infelizes, que a máquina instantaneamente captou, e nem sequer pela atemporalidade que subjaz ao registo – o que, de certa maneira nos eleva a um patamar para-real em que parece que a eternidade está ali, à mão de semear… (eterna juventude, ingenuidade, beleza, loucura…) – mas pura e simplesmente pela admirável capacidade que as fotografias têm de suscitar em nós, ou pelo menos em mim, um turbilhão de sensações que me fustigam, beliscam o espírito e consequentemente revigoram-me. Lavam-me a alma e vestem-na de ânimo, esperança e sonho. Sempre!
A meu ver é como se, através de uma bela fotografia, fosse dada à Humanidade a possibilidade inexorável de tocar o infinito, com o mesmo sentimento, doce e cândido, de ousadia tímida com que o Homem toca o dedo de Deus no fresco magistral do tecto da Capela Sistina que Miguel Ângelo magnificamente concebeu.

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